MENU
Biomassa
Densidade
Editorial
Energia
Exportações
Florestas Nativas
Móveis & Tecnologia
Pellets
Silvipastoris
Toras
E mais...
Anunciantes
 
 
 

REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°131 - MAIO DE 2012

Exportações

Exportações ainda mostram limitações em muitos mercados

As exportações brasileiras de produtos de base florestal ( madeira, móveis, papel e celulose) ainda sofrem os reflexos da crise mundial, que atingiu os Estados Unidos, inicialmente, e agora mostra graves efeitos em vários países da Europa. Os setores de madeira e móveis, grandes geradores de valor agregado em insumos, mão de obra, logística e impostos, ainda estão com resultados distantes dos valores exportados em 2008. Em 2011 estes setores apresentaram leve queda no volume exportado, e estes indicadores persistem no inicio de 2012. O setor de papel e celulose é o grande destaque, com volume recorde na histórico de exportações.

No conjunto, o setor de base florestal ( madeira, móveis, papel e celulose) atingiu em 2011 US$ 9, 84 bilhões em exportações, valor que representou um crescimento de 3,8% em relação ao ano anterior, quando chegou a US$ 9,47 bilhões.

Nos dois últimos anos as empresas ligadas as áreas de madeira e móveis estão enfrentando as limitações do mercado internacional em duas frentes: primeiro centrando seus negócios no mercado interno, que continua aquecido e absorvendo uma grande parte da demanda: e em segundo plano, as indústrias exportadoras estão focando seus negócios em produtos de maior valor agregado, o que permite “driblar” o câmbio desfavorável.

Na divisão por segmentos, as exportações de madeira chegaram a US$ 1,90 bilhão em 2011, volume que representou uma leve queda de 0,9% em relação ao ano anterior. Este volume ainda está bastante distante dos US$ 2,75 bilhões atingidos em 2008. No caso das exportações de móveis o percentual de queda foi um pouco maior . Em 2011 totalizaram US$ 756,2 milhões, o que representou uma queda de 4% sobre o volume de 2010.

Já os itens de papel e celulose continuam com grande destaque e atingiram recorde histórico . As exportações totalizam US$ 7,18 bilhões em 2011, o que representou um aumento de 6,7% em relação ao volume exportado no ano anterior.

Madeira

Ao contrário do ano anterior, nas exportações de madeira praticamente todos os itens de maior valor agregado apresentaram queda . As vendas externas de madeira serrada atingiram US$ 408,7 milhões, ou seja, uma queda de 2,2% em relação ano anterior. A madeira compensada teve uma queda maior, chegando a US$ 370,3 milhões em vendas, o que representou uma queda de 11,4% em relação ao ano anterior. Nem mesmo o item portas e janelas escapou de uma queda. As exportações chegaram a US$ 211,9 milhões, volume 5,9% menor que o ano anterior. Também apresentou uma queda de 3% o item cavaco e resíduos, que totalizaram US$ 107,5 milhões.

A madeira perfilada ainda é um item muito expressivo na pauta de exportações de segmento madeireiro e foi o único item, dos de grande valor, que apresentou crescimento, embora modesto. As vendas externas chegaram a US$ 522 milhões, com um acréscimo de 3,4% em relação a 2010.

Outros itens também cresceram como lâminas de madeira com 19% ( US$ 36 milhões ); painéis de madeira, com aumento de 12,7% ( US$ 26,7 milhões ); armações e ferramentas de madeira com aumento de 17% ( US$ 44 milhões); e obras de madeira com incremento de 15% (US$ 31,8 milhões ). As vendas de painéis de fibra também tiveram incremento de 16,9% (US$ 67,7 milhões ) e no item caixas e caixotes, com -14,1% de aumento ( US$ 38,4 milhões)
O maior estado exportador dos itens de madeira continua sendo o Paraná, com US$ 641 milhões (US$ 647 milhões no ano anterior) , vindo a seguir o Pará com US$ 397,2 milhões e Santa Catarina, com US$ 390,1 milhões.
Dos paises importadores os Estados Unidos continuam sendo o principal comprador, com US$ 520 milhões , o que representou uma queda de 9% em relação ao ano anterior (US$ 576 milhões ) . A França é o segundo principal mercado comprador com US$ 159 milhões, e com aumento de 8%, e a Bélgica com US$ 134 milhões, e um aumento de 12% em relação ao anterior. A Alemanha tambem foi expressivo com US$ 107 milhões, e o Japão com US$ 102 milhões. As vendas ao Reino Unido tiveram queda de 16% , o mesmo acontecendo com a China, com redução de 21% nas exportações.

Móveis
No segmento de móveis as exportações registraram queda, e também com mudanças no perfil de produtos exportados e países compradores.. Em 2011 as vendas externas do setor atingiram US$ 756,2 milhões, valor 4% menor que os US$ 787 milhões conquistados no ano anterior. Pela primeira vez o perfil de maior estado exportador não recaiu o Rio Grande do Sul. O eswtado do RS exportou 203 milhões em 2011 em móveis e Santa Catarina teve vendas externas no mesmo item em US$ 199 milhões, vindo a seguir São Paulo, com US$ 136 milhões.

Móveis para quarto continua sendo o item mais exportado, com US$ 236,8 milhões, uma redução de 5,9% em relação ao ano anterior . Móveis para cozinha totalizou US$ 48,2 milhões, valor muito próximo ao exportado no ano anterior (US$ 45,3 milhões ), e móveis diversos de madeira chegou a US$ 159 milhões, o que representou uma queda de 22%.

A grande inversão veio dos mercados importadores. O maior mercado comprador por muitos anos sempre foi os Estados Unidos, mas nos últimos anos este perfil vem diminuindo consideravelmente e em 2011 importou US$ 84,9 milhões, representando uma nova redução, desta vez de 2,4% em relação ao ano anterior. A Argentina, pelo segunda ano, passou a ser a maior importadora dos produtos de móveis brasileiros, comprando US$ 155 milhões, um aumento de 19%. O Reino Unido comprou US$ 67 milhões, Angola , US$ 47 milhões e a França comprou US$ 39 milhões, com uma queda acentuada de 45% nas importações.

O segmento de papel de celulose é o mais expressivo em valor, superando novamente o seu recorde histórico. As exportações foram de US$ 7,18 bilhões em 2011. O valor , elevado, foi 6,7% maior que o realizado em 2010. O item pasta e celulose atingiu US$ 5 bilhões, e papel e papelão somaram US$ 2,18 bilhões.

Nas exportações de celulose a Bahia é a maior exportadora, com US$ 1,68 bilhão, e o Espírito Santo chegou a US$ 1,25 bilhão. Minas Gerais vem a seguir com US$ 663 milhões. Já em papel e papelão São Paulo exportou US$ 1,24 bilhão, o Paraná US$ 462 milhões e Santa Catarina US$ 226 milhões.

Pelo segundo ano a Holanda se destaca como pais importador de celulose, tendo dado um grande salto em 2010, quando aumentou suas compras em 108%, totalizando US$ 945 milhões, e em 2011 aumentou mais 12%, chegando a US$ 1,06 bilhão. A China, entretanto, continua sendo a maior importadora, com US$ 1,29 bilhão comprados em 2011. Os Estados Unidos importaram US$ 934 milhões ( aumento de 10%) e a Itália totalizou US$ 497 milhões em importação ( redução de 4%).

Já nos países importadores de papel e celulose a Argentina continua sendo a mais importante com US$ 456 milhões em 2011 ( aumento de 13%) , vindo a seguir os Estados Unidos, com US$ 205 milhões ( acréscimo de 2%). O Reino Unido importou US$ 141 milhões e a Venezuela vem apresentando elevado crescimento nas importações, chegando a US$ 111 milhões em 2011.